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Número de investidores no Tesouro cresce em 52,76%; como aplicar?

Número de investidores no Tesouro cresce em 52,76%; como aplicar?

Programa de compra e venda de títulos públicos fechou 2019 com 1.201.181 pessoas com saldo em operações. São 414.863 a mais do que em 2018

Autor: Márcia RodriguesFonte: R7

O número de investidores ativos no Tesouro Nacional cresceu 52,76% em 2019, totalizando 1.201.181 pessoas com saldo em aplicações em títulos públicos no ano. São 414.863 investidores a mais, se comparado ao volume atingido em 2018.

Você sabe como investir nos títulos públicos?

O Tesouro Direto é um programa de compra e venda de títulos públicos federais por pessoas físicas, criado pela Secretaria do Tesouro Nacional. Esses papéis são emitidos pelo governo federal para pagar e financiar atividades como educação, saúde e infraestrutura.

Pode-se dizer que quem compra um título público está “emprestando dinheiro ao governo” por um tempo, mas é uma concessão que gera rendimento.

Existem duas formas de comprar os títulos do Tesouro Direto para começar a investir. A primeira é participar de um fundo de investimentos que aplique nesses títulos. Nesse caso, a escolha e compra desses papéis é realizada por um administrador profissional.

A segunda opção é comprar diretamente no site do Tesouro Direto. Para esta transação é preciso ter cadastro em um banco ou corretora habilitados para fazer a operação. Confira a lista completa no site do Tesouro Direto. O processo é similar à abertura de uma conta em banco. É preciso informar nome, profissão, endereço e o número do RG e CPF.

Cada instituição determina uma quantia mínima para a abertura da conta.

Ao finalizar o processo, o investidor recebe login e senha para ter acesso à operação diretamente no site do Tesouro Direto.

“Muitas pessoas ficam admiradas ao saber que com menos de R$ 40 já dá para começar a investir no Tesouro Direto. Além disso, por ser uma plataforma online, não é preciso nem sair de casa para fazer a operação”, comenta educadora financeira Teresa Tayra.

Qual título público escolher?

Há dois tipos de títulos públicos para comprar. Os prefixados (com rendimento definido no momento em que é feito o investimento) ou pós-fixados (com a rentabilidade associada a algum índice, como a taxa Selic ou o IPCA, por exemplo).

Os títulos oferecidos são:

• Tesouro Prefixado
• Tesouro Prefixado com Juros Semestrais
• Tesouro IPCA
• Tesouro IPCA com Juros Semestrais
• Tesouro Selic

Todos os títulos têm prazo de vencimento – dia estabelecido pelo Tesouro para o governo pagar ao investidor o dinheiro aplicado –, tipos de rentabilidade e fluxos de remuneração.

Em uma pesquisa feita no site do Tesouro Direto no dia 3 de fevereiro, é possível encontrar algumas opções de investimentos prefixados e pós-fixados. Confira exemplos:

Títulos prefixados:

Tesouro prefixado 2022
• Rentabilidade anual: 4,90%
• Investimento mínimo: R$ 36,52
• Vencimento: 1º/01/2022

Tesouro prefixado 2025
• Rentabilidade anual: 6,12%
• Investimento mínimo: R$ 37,38
• Vencimento: 1º/01/2025

Tesouro prefixado 2029 (com juros semestrais)
• Rentabilidade anual: 6,57%
• Investimento mínimo: R$ 36,94
• Vencimento: 1º/01/2029

Títulos pós-fixados:

Tesouro IPCA 2024
• Rentabilidade anual: IPCA + 2,28%
• Investimento mínimo: R$ 59,65
• Vencimento: 15/08/2024

Tesouro IPCA 2026 (com juros semestrais)
• Rentabilidade anual: IPCA + 2,59%
• Investimento mínimo: R$ 40,54
• Vencimento: 15/08/2026

Tesouro IPCA 2035
• Rentabilidade anual: IPCA + 3,36%
• Investimento mínimo: R$ 39,93
• Vencimento: 15/05/2035

Títulos podem ser resgatados antes

Apesar de existir uma data de vencimento, os títulos podem ser resgatados antes da data. No entanto, não será pago o valor previsto no ato da operação. O investidor receberá o valor de mercado do título naquele momento, que pode ser maior ou menor que o estipulado para o vencimento.

O dinheiro não é liberado imediatamente à solicitação. Tanto na compra quanto na venda dos títulos, o dinheiro é depositado ou retirado da conta do investidor no dia seguinte à ordem de operação.

“Antes de iniciar qualquer tipo de investimento, é preciso pensar em uma reserva de emergência, aquela que traz segurança para os imprevistos. E por isso é preciso que a liquidez seja diária, ou seja com possibilidades de resgastes a qualquer momento. Para a reserva de segurança, existem várias opções de investimentos, dentro do Tesouro, a mais indicada é o Tesouro Selic, pois ele possui o menor risco em caso de venda antecipada”, orienta Teresa.

Tesouro ainda é boa opção de investimento

Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), com a queda de juros básicos que chegou a 4,5% – que deve cair para 4,25% na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) – todos os investimentos de renda fixa passam a ter menores resultados e chegam, inclusive, a perder da inflação, que é o caso da poupança.

“O Tesouro continua sendo uma boa alternativa de investimento, mesmo com a Selic em baixa. O ideal no momento é investir no Tesouro Selic ou inflação [IPCA] para não perder dinheiro. Mesmo rendendo pouco, sempre vai valer a pena aplicar o dinheiro e manter o poder de compra, do que deixar guardado em casa. Afinal, R$ 1000 hoje não é a mesma coisa de daqui a dois meses. Só é preciso ficar de olho para a taxa administrativa”, diz Oliveira.

Teresa acredita que muitas pessoas que estão endividadas chegam a mudar seu comportamento e sua maneira de consumir quando conhecem mais sobre investimentos. “Quando descobrem que é possível iniciar investindo pouco, notam que vale a pena deixar de lado velhos hábitos de consumo. ”

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