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5 estratégias para lidar com os desafios pós-pandemia

5 estratégias para lidar com os desafios pós-pandemia

Especialista afirma que pode ser difícil se reencontrar, mas que é preciso reagir e não apenas esperar

Era para ser uma quarentena, porém, meses se passaram e muitas pessoas estão cansadas de ouvir e falar sobre pandemia, Coronavírus e isolamento social. Com esse cenário se estendendo mais do que deveria, a saúde mental é abalada de diferentes formas. E, assim, a ‘conta emocional’ deste ‘provisório que se tornou permanente’ começa a chegar.

Sabrina Amaral, psicóloga e hipnoterapeuta da Epopéia Desenvolvimento Humano, relata que pessoas que nunca fizeram terapia, as quais os psicólogos definem como funcionais, estão em um estado de apatia, angústia, congelamento e não têm energia para sair da cama algumas vezes. “Com isso, podem desenvolver sintomas de déficit de atenção, insônia, problema de memória, irritabilidade fora do normal, distúrbios de apetite. Isso sem mencionar aquelas que já estavam em acompanhamento psicológico e tiveram recaídas profundas”, conta.

Em um mundo instável onde muitas expectativas foram quebradas e sonhos replanejados, pode ser difícil se encontrar. Por isso, depois de propor algumas reflexões sobre a forma como vivemos, a especialista elencou cinco estratégias para lidar com os desafios que essa nova realidade pode apresentar.

1) Aproprie-se de quem você é

Este é um caminho de protagonismo, de sair do armário de se assumir-se por inteiro nas coisas que fazem de você único. Aquilo que você tem de mais diferente é o que te torna especial. Gosto muito da frase do Oscar Wilde que diz: “Seja você mesmo, todos os outros já existem”. Em um primeiro momento, pode parecer uma frase clichê de autoajuda, mas ela é muito verdadeira.

Um exemplo disso é o caso do advogado David Boies, que venceu um processo milionário contra a Microsoft. Ele é disléxico e usou esta ‘fraqueza’ para construir um discurso simples, conciso, claro que ganhou o júri. Apropriar-se de quem você é tem a ver com autorresponsabilidade. E o que é a responsabilidade senão nossa habilidade para responder às coisas prontamente?

2) Analise-se para se conhecer melhor

Sócrates dizia que uma vida que não é analisada não merece ser vivida. O autoconhecimento te fortalece, então coloque sua atenção em suas escolhas e em suas ações. Crie o hábito de perguntar-se: “Aquilo que estou fazendo hoje, tem congruência com a vida que eu quero criar para mim?”. Olhe para aquilo que você tem no momento presente, tome clareza da distância sem o crivo do julgamento de extremos e escolha o novo normal que você quer construir com base naquilo que faz sentido pra você.

3) Assuma o controle

Essa dica tem a ver com ação, com escolher tomar uma atitude nas coisas que estão no seu controle. Isso é um antídoto para sensação de angústia, de travamento ou impotência. Boa parte das pessoas não age pois vive no futuro ou fica presa ao que os outros vão pensar e até as projeções negativas que ela faz do que pode dar errado.

Olhe para o presente, identifique as pequenas ações que você pode tomar agora e que dependem só de você. Por exemplo: está com receio de ser demitido? Veja o que está no seu controle: atualize-se, faça um curso, peça feedbacks, melhore seu networking, trabalhe sua marca pessoal, etc. Isso vai te trazer tranquilidade, segurança e harmonia.

4) Aceite-se e seja grato por aquilo que você é

Aceitação é diferente de resignação. É praticar a autocompaixão de entender que você tem pontos fortes e pontos fracos. É ser generoso consigo mesmo para compreender que cada um tem um tempo emocional para lidar com as coisas. Vem muito de encontro ao conceito de vulnerabilidade de Brené Brow, abordado no seu best seller A coragem de ser imperfeito.

O grande benefício que isso traz é: a libertação da necessidade de validação do olhar do outro. Pois quando eu me aceito como sou, já não preciso mais que o outro me aprove para eu me sentir bem. Os relacionamentos se tornam mais leves e até a convivência em casa fica mais fácil, porque nós matamos aquelas expectativas irreais que temos em relação a nós mesmos, eliminamos o poder que o outro possui para definir a nossa felicidade ou a nossa condenação.

5) Arrisque naquilo que você acredita!

Depois que você se (1) Apropriou de quem você é, (2) Analisou o que é importante pra você, (3) Assumiu aquilo que está no seu controle, (4) Aceitou-se como você é; chega a hora de arriscar. Para tanto, é preciso que você esteja disposto a fazer coisas diferentes, ter a coragem para experienciar esta trajetória do novo, que dá frio na barriga.

Einstein já dizia que fazer a mesma coisa sempre e esperar um resultado diferente é loucura, então é importante usar toda a sua potencialidade para construir essa vida que você quer. O cenário atual é um momento muito propício para desengavetar aquele plano B, de se planejar, de se preparar e de se fortalecer para conquistar aquilo que é importante.

Para Sabrina Amaral é importante destacar que as pessoas precisam parar de querer se ajustar o tempo todo. “Na terapia fazemos isso através de duas frentes: a ressignificação, que nada mais é do que trazer um olhar diferente para uma mesma situação, e a psicoeducação, que ensina o paciente a reagir diferente mediante aquele fato e desenvolver novas estratégias emocionais para lidar com ele”, finaliza.

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